8 de agosto de 2012

Tudo pode mudar num minuto

Como a nossa vida pode mudar num minuto.

Achas que estás a viver uma história, só tua, porque tu te estás a dedicar a vive-la. Se já começou, se vai começar, ninguém sabe, mas não deixa de ser uma história, com um princípio.

Estás envolvida emocionalmente, finalmente começas a sentir. Aquela pessoa de tanto lutar, pensas tu, acabou por começar a conquistar esse coraçãozinho que não quer ser magoado e de tudo foge para que não lhe mexam.

Mas chegou lá, já o fez mexer.

Desistes de lutar contra, e começas a olhar de lado, a reparar devagar, até começar a limpar a névoa e a ficar mais claro. Limpou. Dás finalmente uma nova oportunidade, parece seguro. Deixas-te levar pelo coração que começa a palpitar de forma irregular – mais depressa, mais devagar.

Aqueceu.

Sentes que a outra parte reconheceu, e aproxima-se cada vez mais depressa da porta que está entreaberta. Segura-te com força entre os braços, o teu coração estremece e sentes as faces quentes.

Desconfortável?! Bom?! Medo?!

Dúvidas surgem, mas já não consegues controlar o fogo que te consome. Estás exposta com tudo aquilo que sentes. Já não disfarças, já nem queres disfarçar.

Começas a olhar mais de frente, devagar, a tentar entender, a procurar com o olhar, a estar atenta. Queres perceber porque estás a gostar, queres mostrar que gostas sem te esconderes mais atrás de muralhas e dúvidas.

E vês... vês o que não esperas ver. O que parecia seguro, não era apenas contigo. Percebias que a história se repetia mesmo diante de ti, mas com outra pessoa.

Não quiseste ver, escondeste-te, fingiste que não era contigo quando devias ter olhado. Agora é tarde para que o coração não se volte a esconder, magoado, humilhado.

Triste abandonas uma história que sentias estar a começar e que tinhas deitado por terra todas as tuas armas para que te atacassem à vontade, porque acreditaste.

Tudo muda num minuto, ou pode mudar, mas não vale a pena sofrer por antecipação.

Special Agent Naughty


6 de agosto de 2012

Podes conquistar qualquer pessoa – parte 2

No seguimento do post .... posso dizer-vos que vi isso acontecer.
Lá estava ele, sempre ali presente, irritantemente presente, a olhar para a "Maria", a fazer-se notar, a avisar por outros que lhe achava graça.

Estava ali, sempre perto, a fazer-se notar, a olhar.

A mim enervava-me, ela passava-se, criticava, bufava e jurava que nunca seria homem para ela... Eu acreditava. Olhava para ele e para o padrão que conhecia dos ex-namorados dela, e não encontrava qualquer semelhança.

A "Maria" um dia lá acabou por jantar com ele. Não teve grande escapatória, estávamos de conversa numa esplanada, ele estava lá, e quando a "Maria" se levantou a dizer que ia ao GoNatural comer qualquer coisa, ele levanta-se e acompanha-a. Ainda vi a "Maria" hesitar, mas acabou por seguir caminho com ele.

No dia seguinte quando falei com ela, contou-me que tinham ficado algumas horas a falar e que até tinha gostado de o ouvir.

Não dei grande importância, também não sei se ela lhe deu na altura, mas a porta ficou aberta e mais tarde surgiu um novo encontro e outro, até que um dia quando lhe perguntei, me disse que ele tinha desaparecido e nunca mais lhe tinha dito nada.

Achei que a história tinha ficado por ali. Achei que na cabeça dela também teria acabado por preferir assim. Mais tarde vim a saber que foi isso que deu uma reviravolta na cabeça dela. Sentiu a falta, esperou o telefonema que nunca chegou a vir. Isso fez com que a presença dele no pensamento dela passasse de alguém que tinha interesse nela, que a fazia sentir-se desejada, mesmo que ela não o quisesse, para alguém que ela já gostava de estar e falar e que tinha perdido o interesse.

A perspectiva mudou.

A duvida do "porquê" passou a estar presente. Porque teria ele desaparecido, que teria feito ela de mal?

Um dia mais tarde quando falámos sobre isto, acabou por me confessar, que talvez nunca tivesse olhado de forma diferente para ele, se ele nunca tivesse desaparecido sem dar explicações.

Passado uns meses de silêncio, de afastamento total, cruzaram-se ocasionalmente numa rua qualquer. A Maria nesse dia percebeu que isso a fez vibrar por dentro, ele deve ter sentido essa reacção dela. A partir daí, o que teria sido um "Não" redondo no passado, passou a ser um "SIM" no presente.

Special Agent Naughty